quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Iale Campos

Festas
de
Candomblé



Quem gosta de cachaça é Exu. Quem veste branco é Oxalá. Quem recebe oferendas em alguidares (vasos de cerâmica) são orixás. E quem adora os orixás são milhões de brasileiros. O candomblé, com seus batuques e danças, é uma festa. Com suas divindades geniosas, é a religião afro-brasileira mais influente do país.
Onde tem terreiro,tem festa. O Candomblé possui uma organização de crenças e rituais, onde os cultos acontecem em torno de uma ordem de orixás e divindades intermediarias. Os festejos, onde é aberto ao público, geralmente ocorre á noite adentro, com instrumentos de percussão, para alegrar mui to mais a noite (atabaque, agogô, adjá, caxixi). As festas normalmente estão associadas aos dias santos do catolicismo. Mas as datas podem variar de terreiro para terreiro, de acordo com a disponibilidade e as possibilidades da comunidade.De maneira geral, o que importa é comemorar o orixá na sua época.
Em qualquer terreiro, a entrada dos orixás na festa segue sempre a mesma seqüência da ordem do xirê. Depois de despachar Exu, o primeiro a entrar na roda é Ogum, seguido de Oxóssi, Oba- luaiê, Ossaim, Oxumaré, Xangô, Oxum, Iansã, Nanã, Iemanjá e Oxalá. Os orixás estão longe de se parecer com os santos cristãos. Ao contrário, as divindades do candomblé têm características muito humanas: são vaidosos, temperamentais, briguentos, fortes, maternais ou ciumentos. Enfim, têm personalidade própria. Cada traço da personalidade é associado a um elemento da natureza e da sua cultura: o fogo, o ar, a água, a terra, as florestas e os instrumentos de ferro.
A oferenda. Depois do sacrifício, a moela, o fígado, o coração, os pés, as asas e a cabeça são separados e oferecidos ao orixá homenageado num vaso de barro, chamado alguidar. O sangue, recolhido numa quartinha de cerâmica (espécie de moringa), é derramado sobre o assentamento do santo, ou seja, o local onde ficam seus objetos e símbolos. As partes restantes são destinadas ao jantar oferecido aos orixás, ainda à tarde, e aos participantes, ao final da festa pública, à noite.
Quem é quem (e quem faz o quê) na hierarquia de uma casa-de-santo, cada iniciado tem uma função dentro do terreiro. Nem todos “recebem” santo.
Abiã
Noviço, primeiro degrau da hierarquia. Após iniciado, será filho-de-santo.
Iaô
Filho-de-santo, segundo degrau na hierarquia. Podem ou não “receber” santo.
Ebômi
Terceiro degrau. Iaô que cumpriu as obrigações de sete anos. “Recebe” santo.
Iabassê
Quarto degrau. Não “recebe”. É a responsável pela cozinha do terreiro.
Agibonã
Mãe criadeira. Também quarto degrau. Cuida dos iaôs durante o ritual de iniciação. Não “recebe” santo.
Ialaxé
Quinto degrau. Zela pelas oferendas e objetos de culto aos orixás. Não “recebe” santo.
Baba-quequerê e Iaquequerê
Sexto degrau. Pai ou mãe-pequena. “Recebe”. Ajuda o pai ou mãe-de-santo no comando do terreiro
Baba-lorixá e Ialorixá
Pai ou mãe-de-santo, chefe do terreiro, último degrau da hierarquia. “Recebe” santo e joga búzios.
Ajudantes sagrados
Pais e mães “terrenos” dos orixás ficam fora da hierarquia.
Ogã
Filho-de-santo que não “recebe”. O Ogã pode ser Axogum ou Alabê, conforme sua tarefa
Axogum
Ogã responsável pelo sacrifício de animais a serem ofertados aos orixás. Não “recebe” santo.
Alabê
Ogã tocador dos atabaques e instrumentos rituais. Não “recebe” santo.
Equede
Paralela ao Ogã. Não “recebe”. Cuida dos orixás “incorporados” e de seus objetos.
Por fim, algumas principais festas no Candomblé :
• Festa de Oxóssi.
• Festas das iabás Iansã, Oxum e Iemanjá.
• Festa de Oxalá...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Bárbara Carvalho

Visita ao Centro de Caridade Caboclo Capangueiro:
Primeiramente fui informada que seria necessário ir vestindo roupas claras, principalmente o branco, porque simboliza a paz e contribui para o total equilíbrio da energia que nos envolve, também deveria evitar roupas curtas, decotadas e apertadas para que demostrasse respeito ao Centro. Logo na chegada a Centro uma das responsáveis, Ely Macedo, disse que caso eu precisasse de ajuda ou em casa de dúvidas, poderia ter a orientação dos Ministros de Xangô, ogãs e equedes do Centro, logo após toda a reza. No Centro, tive que me acomodar em silêncio, e me concentrar nas orações, e na hora do passe não poderia fazer escolhas, pois todos os guias espirituais são aptos a prática da caridade, seguindo e respeitando sua própria linha de trabalho, mas que eu poderia me consultar no final dos passes.
O Centro de Caridade Caboclo Capangueiro estava em festa pela comemoração dos seus 9 anos de existência, oferecendo todo um trabalho espiritual para a comunidade ao longo desses anos. O grande líder espiritual do Centro é o Caboclo Capangueiro. O Centro através de seus mentores espirituais busca ajudar seus seguidores a resolver seus desafios apegando-se as leis de Deus e respeitando a lei do livre arbítrio e o merecimento de cada um.
No início da reunião teve a prece de abertura, a chamada “mesa branca”, onde foi aguardada a chegada do irmão Jeremias, um dos monitores espirituais da casa, com suas preces e orações; logo depois veio o Caboclo Capangueiro na Umbanda, giro de caboclo. Neste exato momento existem oferendas dos assistidos para pedir ajuda nas limpezas espirituais, seguindo o legado do Caboclo, e toda a ajuda ofertada é em prol da caridade. As oferendas foram: ovos, charutos, cerveja preta, milho branco entre outros. Depois que irmão Jeremias e Capangueiro baixaram foi a vez do Boiadeiro , depois o Tupinambá ( o tupi guerreiro) que ofereceu uma água da cachoeira para beber, e passou óleo nos meus pés para abrir meu caminho. Em seguida vieram Oxossi, depois Marujo que veio alcoolizado, depois Iemanjá, Ogum, Iansã que simboliza ventos e tempestades me falou algumas palavras, e por último Eru.

Ás 20:00 tudo se encerrou, só poderia sair de lá, depois que todos os orixás tivessem ido embora. Voltei para casa com uma ótima impressão do Centro, e dessa religião, o Candomblé. Gostei de todas as palavras que Iansã me disse ao longo do passe, fui muito bem recebida, no início de tudo, até informaram que alunos da Unijorge compareciam naquele sábado, o que me deixou bem a vontade. Fui até convidada para retornar no próximo sábado e para fazer um trabalho de limpeza de final de ano para adentrar 2010 esbanjando energia positiva. Quanto entrei no Centro tive que esquecer todas as desavenças, mágoas e ressentimentos, isso iria me fazer sair de lá com paz e luz em meu caminho, e sem dúvidas deu certo.



Mensagem:
“ Que o Caboclo Capangueiro possa abrir sua capanga e lançar sobre todos o poder de cura sobre os males do corpo, da mente e da alma”
( Ely Macedo/ Oswaldo Silva )

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Luana Michele Andrade

Candomblé





É uma religião que tem suas origens na África e foi re-criada aqui no Brasil pelos africanos aqui trazidos como escravos ao longo de mais de três séculos.
Os principais criadores dessa religião foram os negros das nações iorubás ou nagôs e os das nações fons ou jejes.
A mais antiga Casa de Candomblé, a Casa Branca (Ilé Àxê Ìyá Nasò Oká), foi fundada aqui em Salvador.
O Candomblé envolve uma complexa organização de crenças e rituais. Os cultos, em torno de uma ordem de orixás e divindades intermediarias. As cerimônias, abertas ao públicos, realizam-se noite adentro, acompanhadas de instrumentos de percussão: atabaque, agogô, adjá, caxixi.
Uma das características fundamentais do candomblé é o longo processo de iniciação. Incluía lavagem de contas e o bori.
O posto mais alto na hierarquia do candomblé é ocupado pelo pai-de-santo e quando mulher, pela mãe-de-santo. Eles são escolhidos pelos próprias Orixás para que os cultuem na terra. Os orixás os induzem a isto, fazem com que as pessoas por eles escolhidas sejam naturalmente levadas à religião, até que assumam o cargo para o qual estão destinadas.

Algumas principais festas no Candomblé são:

• Festa de Oxóssi.
• Festa para Obaluaiê e Festa de Oxumaré.
• Festa de Erê.
• Festa de Xangô.
• Festas das iabás Iansã, Oxum e Iemanjá.
• Festa de Oxalá.

Nos dias de cerimônias publicas, chamadas de Xirê dos Orixás – a festa, a distração dos Orixás, os barracões é enfeitados com guirlandas de papel nas cores do festejado do dia. Os Ogãs são instalados em cadeiras especiais, marcadas com seu nome, onde só eles tem o direito de sentar.O resto do publico fica dividido em dois grupos, homens de um lado e mulheres do outro.
No inicio da festa a orquestra acompanhado do Agogô, toca apelos ritmados a diversas divindades. Tais instrumentos possuem um papel essencial nas cerimônias. Eles foram batizados e, de vez em quando, é preciso manter suas forças, o Axé por meio de oferendas e sacrifícios. Os atabaques preenche um papel duplo: o de chamar os Orixás no inicio das cerimônias e de transmitir as mensagens dos deuses.
Durante os toques de chamas feitos no inicio das cerimônias, os atabaques são batidos sem acompanhamento, sem dança e sem canto.
Os elementos melódico das musicas africanas destaca-se o decorrer das cerimônias privadas, no momento dos sacrifícios, oferecimentos e louvores dirigidos as divindades frente aos Pejís. São cantos sem acompanhamentos de tambores, o ritmos fica ligeiramente marcado pelo bater das palmas.
Antes de começar o Xirê dos Orixás ( a dança, a alegria dos Orixás ) no barracão, faz-se sempre o Padê, palavra que significa encontro, um encontro principalmente com Exu, o mensageiros dos outros deuses, para acalmá-lo e dele obter a promessa de não perturbar a boa ordem da cerimônia da que se aproxima.
Exu é saudado como prelúdio a uma serie de cantos e de louvores dirigidos sucessivamente aos Essas, fundadores dos primeiros terreiros Ketu da Bahia.
No inicio da noite, começa o Xirê. Os Iaôs vem saudar a orquestra e prosternar aos pés do Pai ou da Mãe de Santo, executando, em seguida, ao som dos atabaques dança para cada um dos Orixás.
Os Orixás são recebidos com gritos e louvores. Os Iaôs vestem-se com roupas características do seu Orixá e recebem suas armas seus objetos simbólicos. Uma vez convenientemente vestidos, todos estes Orixás encarnados voltam em grupos ao barracão, onde começam a dançar diante de uma assistência recolhida. Xangô desfila majestosamente, Oxum requebra-se, Oxossi corre perseguindo a caça, Ogum guerreira, Oxalufan, enfraquecido e curvado pelo peso dos anos, arrasta-se mais do que nada, apoiando seu sei Paxorô.
Se a festa é pra Xangô, pode-se aguardar a sua volta momentânea a Terra, acompanhado por suas mulheres. Participam dessa cerimônia, Oxum, Oyá-Yansã. Se a cerimônia destina-se a Ogun, Oxossi, também esta presente, sendo provável o aparecimento de Oyá-Yansã. Se a festejada for Oxun, Xangô esta presente mas Oxossi também pode comparecer, como lembrança de suas aventuras passadas.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Albertina Paz

FESTA DE CONDOMBLÈ – CENTRO DE CARIDADE CABOCLO CAPANGUEIRO

Fui fazer uma investigação em festa de Candomblé, escolhi o Centro de Caridade Caboclo Capangueiro é um espaço que recebe diversas pessoas, de varias idades e raças. Os encontros na maiorias das vezes ocorrem as quartas – feiras, porém nesse sábado dia 31/10/2009, ocorreu a festa em comemoração aos 9 anos de criação do Centro de Caridade Caboclo Capangueiro.
O Centro de Caridade Caboclo Capangueiro foi criado com a finalidade de desempenhar um trabalho espiritual para a comunidade, através de seus mentores espirituais, buscando ajudar seus seguidores a resolver seus desafios, apegando – se as leis de Deus e respeitando a lei do livre arbítrio e o merecimento de cada um.
Logo quando cheguei fui recebida por Ely Macedo, que é responsável por em informar e orientar as pessoas que vão a casa pela primeira vez, como era o meu caso, antes de começar a comemoração, ela informou que tinha alunos fazendo um trabalho acadêmico, pedi a ela para ficar em algum lugar que pudesse observar tudo com clareza e que ela pudesse me explicar cada ritual que seria realizado, Ely me colocou sentada praticamente no centro, onde era feito toda a iniciação.
A festa foi iniciada com uma prece de abertura na mesa branca, onde todos aguardavam a chegada de irmão Jeremias, que é dos mentores espirituais da casa, que fez diversas preces e falou sobre os espíritos encarnados e desencarnados e terminou pedindo a todos que cantassem com ele a musica “Quão grande és tu” enquanto ele ia dando banho de água benta nas pessoas e se despedindo.
Após toda essa iniciação feita por Irmão Jeremias e demorou um pouco e eu já ouvi um grito saindo de um canto, não conseguia identificar quem era mais Ely disse que era Capangueiro, quando o mesmo chegou às pessoas começavam a cantar, batendo palmas acompanhando o ritmo das musicas, uma das coisas que me chamou a atenção era a falta de instrumentos, que para mim todo terreiro tinha que ter porem foi explicado que pelo fato de ser justamente um centro de caridade eles não usam os famosos atabaques, vão mesmo na palma da mão.
Depois de Capangueiro eu já estava meio tonta de tantos orixás que iam surgindo, mais foram: Capangueiro, Boiadeiro, Tupinambá (tupi – guerreiro) Oxossi, Marujo, Ogum, Yemanjá, Iansã e Erú entre outros que não me lembro os nomes.
Após todos esses surgimentos, foi feito uma pausa para que as pessoas pudessem fazer suas oferendas para o caboclo, reparei que muitos levaram charutos e cervejas, fui informada que era o que mais agradava aos caboclos, principalmente a boiadeiro, Capangueiro e a Tupinambá. Logo depois das pessoas realizarem suas oferendas, foi realizada uma fila para que as pessoas pudessem tomar o passe, durante esse tempo que a fila estava sendo formada Tupinambá chegou até mim, e me ofereceu água da cachoeira, perguntei pra que era aquela água, Ely me disse que era água com poder curativo que ele era um índio curandeiro e que ela não dava aquela água as pessoas e que era um privilégio ele ter me oferecido, na hora do passe fui encaminhada para Erú, que utilizou de algumas folhas, e me disse alguma coisa que até agora eu estou pensando.
A festa foi encerrando quando todos os caboclos foram embora, e o responsável pela mesa branca pediu para todos que se virasse em direção à rua e levantassem os braços e fizessem uma oração pelas pessoas que gostavam.

Thássio Wheidder

O Centro de Caridade Caboclo Capangueiro, encontrava-se em festa pela comemoração dos seus 09 anos de existência. Desempenhando um grandioso trabalho espiritual pela terra.
No dia sábado passado 31/09, fomos recebidos por Ely Macedo, responsável pelas relações públicas do centro. Tivemos uma breve apresentação do que aconteceria nas 6 horas que ficaríamos presentes e nos apresentou o espaço físico do Centro.
Um terreiro bastante simples fica em cima de uma casa, no Mont Serrat.
Era um espaço com alguns cômodos, onde tivemos pouco acesso
Nas paredes imagens dos orixás onde eu só reconheci a imagem de Ogum e suas espadas e a de Xangô que estava em destaque por ser o orixá regente do centro.
Logo em seguida fomos levados ao salão onde aconteceu a cerimônia.
Ely anunciou nossa chegada, disse que éramos alunos da Jorge Amado e que estávamos fazendo um trabalho, fomos muito bem recebidos por todos, com direito a ficar sentado em um lugar bastante privilegiado onde teríamos visão ampla dos orixás baixados.
Ao entrar no salão duas coisas me chamaram a atenção, uma foi a presença de algumas crianças. Sem restrição nem uma, homens, mulheres e crianças, todos vestidos de branco como se fosse um só. Inclusive tinha um menino, que segundo eles não andava e passou a andar depois que freqüentou o centro.
A outra foi que não tinha instrumentos, nada de atabaques, agogôs, pandeiros, etc. Tudo era levado na palma da mão. Até então para mim, candomblé que é candomblé tinha que ter a presença dos tambores.
Já acomodados, escutamos as palmas e então foi entoado o primeiro canto, foi o suficiente para as primeiras entidades aparecerem: O irmão Jeremias, Capangueiro e Boiadeiro.
Até então tudo normal,os santos dançavam ,iam até o centro da roda, pegavam as oferendas, pratos com ovos, charutos, milho branco e cerveja. A cerveja sempre quente e algumas pretas. Somente os santos baixados que poderia fumar comer e beber da oferenda. Por sinal, como bebiam! Não me lembro de nem um ter tocado no milho.
Até que foi entoado um novo canto e foi evocado Tupinambá, o tupi guerreiro.
Tupinambá baixou em uma mulher e logo em seguida veio nos oferecer água da cachoeira, passou óleo nos nossos pés para abrir o caminho. Depois ficamos sabendo que é muito difícil ele fazer isso, somente pessoas em que ele confia são dignas de receber essa gentileza.
O quinto santo a aparecer foi Oxossi, onde me encaminharam até ele para receber o “passe.”
Fiquei parado em sua frente, enquanto ele pronunciava algumas palavras e passava umas folhas pelos meus braços, peito e cabeça.
Segundo ele, aquilo iria tirar minhas impurezas e iria-me sentir mais leve.
Voltei ao meu lugar e continuei a assistir a festa.
Todo mundo em êxtase, o ritmo das palmas sempre freqüente nem parecia que já estavam ali por mais de duas horas.
Mais uma entidade apareceu no corpo de uma mulher, foi ai que me toquei de vez que os santos não escolhem sexo para incorporar. Meu pensamento era que santo masculino só desce em homem e feminino só desce em mulher. Muito pelo contrario, naquela noite o que mais teve foi santo baixando nas mulheres.
Ainda tivemos a presença de Ogum, Iansã e Eru.
Por volta das 20hrs o presidente da mesa branca, disse que iria encerrar, pediu para que todos se virassem em direção à rua levantasse os braços e fizesse uma oração mentalmente.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Felipe Rufino

Festa de Xangô:

Com muitos instrumentos, muita oferenda e muita dedicação de quem participa a festa ganha um brilho especial. A adoração a Xangô, que é Orixá, de origem Yorubá. Seu mito conta que foi Rei da cidade de Oyo, identificado no jogo do merindilogun pelos odu obará, ejilaxebora e representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba xango. A festa tem sua roda característica onde todos participam, desde do toque nos instrumentos, até as participações no ritual de apresentação. Muitos coros são invocados e muitas pessoas entram em sintonia com um mundo diferente, parecendo que o corpo entra em transe, onde o corpo não é mais o corpo e sim instrumento para adoração a Xangô.
Os filhos de Xangô são pessoas que possuem um elevado sentido da própria dignidade e das suas obrigações, o que leva a se comportarem com um misto de severidade e benevolência, segundo o humor do momento, mas sabendo guardar, geralmente, um profundo e constante sentimento de justiça.
Assim como Xangô, seus filhos são preocupados com o "senso justo" das ações, suas e dos outros. Na festa vemos muito amor ao que fazem, incorporando e fazendo daquele momento único e de total ligação com um mundo de adoração.
Grande roda é formada no solo de xangô, onde as pessoas sentam, andam e cantam em extrema empolgação. Vimos nas rodas, lembrando até mesmo as rodas de capoeira crianças, adultos, idosos, todos, presentes para o tal momento de louvor e adoração, um momento que se faz com cânticos iniciados por seus lideres espirituais.

Rodrigo Casales

Festa de Candomblé
Festa do Terreiro Ilê Axé Opó Afonjá

Na última segunda-feira, dia 26 de outubro às 20 horas, aconteceu no Terreiro Ilê Axé Opó Afonjá a festa em homenagem a Omolu, Oxumaré e Nanã.
O ritual fechado começou antes mesmo da festa começar pois é preciso haver um preparo para a cerimônia pública, que tem por objetivo a presença do orixás, para isso o local foi enfeitado com folhas no chão, bandeirolas e tecidos nas cores azul, branco e vermelho; além disso foram usados os simbolos dos três orixás festejados, a serpente arco-iris representando Oxumaré, o xaxará simbolizando Omolu e o ibiri, instrumento musical segurado por Nanã.
As 20 horas os filhos de santo se organizaram circularmente no espaço do terreiro denominado “barracão” onde se encontram os atabaques que dão ritmo a cerimônia que é essencialmente musical. Haviam espaços distintos reservados para homens e mulheres visitantes que assistiam a celebração, além disso uma area onde ficavam as pessoas aptas a darem a assitencia precisa durante o ritual.
As músicas eram cantadas em iorubá numa sequencia que parecia estar sendo seguida a partir do culto a cada santo; a medida que as cantigas iam sendo tocadas aconteciam as manifestações, que embora pudesse ser vista, talvez de maneira etnocêntrica, por quem segue outros preceitos religiosos e trata a mediunidade com outra responsabilidade, ainda assim aguçavam o interesse de quem assistia na busca de uma ampliação de repertório.
Alguns filhos de santo, já incorporados, aos poucos foram saindo do barracão enquanto as manifestações mediúnicas continuavam, depois as pessoas que tinham saído voltaram vestidas já com as roupas de cada santo as quais eram adeptas e deram continuidade a cerimônia. Por fim foi feita uma fila para que as pessoas recebessem a comida, que fazia parte do ritual, vindo enrolada em folhas de bananeira e acompanhadas de uma bebida de milho e gengibre. A cerimônia terminou por volta de meia noite embora ainda acontecesse um ritual fechado ao público.